terça-feira, 14 de maio de 2013

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Para que serve o conhecimento?

                              É, realmente estamos vivendo a Era da informação, não há duvidas que qualquer assunto ou conteúdo que uma pessoa queira saber está disponível e de fácil acesso em vários meios de comunicação: jornais, revistas, Programas de TV, Internet, livros etc. Mas, até que ponto isso é benéfico ?  O que isso trouxe de produtivo e necessário para humanidade? Qual será o resultado disso nas gerações posteriores? Não, não tenho a pretensão de responder as estas perguntas, apenas quero refletir sobre esse aceso fácil e rápido que todos tem a tudo e quando digo tudo, é quase tudo mesmo, vai de uma simples receita de bolo ou uma pesquisa escolar à uma novidade de celebridades e até mesmo a vida de anônimos,  anônimos como você e eu. E como ? Você tem redes sociais ou paginas na internet? Tem documentos nacionais? Sim ? Então experimente colocar seu nome completo na GOOGLE. Apareceu você? Parabéns, você também é uma informação, é um dado, qualquer pessoa do mundo pode ter acesso a sua vida ou pelo menos ao que tu postas nessas redes.   
                                 As pessoas que fazem parte desse universo rápido-informativo estão debatendo mais, nas redes sociais o que se vê são postagens informando sobre assuntos como politica, economia, saúde  educação, esportes, novelas e outros. Agora, todos tem liberdade de expressão dentro dessas redes e o que antes só era discutido ou aprendido na escola ou academia, tomou conta "das ruas" das redes sociais.  Quanta evolução! Isso é ótimo não? Sim, na teoria. O problema é que quase ninguém ler sobre algo de fato( aprofunda o conhecimento) e saem por ai com suas opiniões cristalizadas e inquestionáveis,  passando-se por intelectuais e portadores de um conhecimento que não lhes é característica,  pelo simples de fato de possuir uma boa oralidade e escrita ou um "canudo" acadêmico. E tudo por que não é preciso mais ir a bibliotecas ou ler aquelas enciclopédias gigantescas para se fazer conhecedor de vários assuntos, a maioria não ler mais livros completos, uma simples resenha ou resumo da obra já é suficiente, muitos tem conhecimentos específicos em uma área especifica e desvaloriza todo o resto do conhecimento nas outras áreas,  acham-se parte da intelectualidade porque dominam 1% do conhecimento e pior, "tem sempre aquela velha opinião formada sobre tudo", como cantava Raul Seixas.
                            Contudo, minha reflexão não é sobre a semi-intelectualidade dessa geração informatizada do seculo XXI, a qual eu também me enquadro, eu quero mesmo é abrir caminho para verdadeira finalidade de se ter conhecimento. Eu lembro até hoje nitidamente de ouvir minhas professoras da  pré-escola dizer que "as crianças são o futuro da nação e da necessidade de estudar para alcançar um futuro melhor para nossas vidas e para o mundo." Eu acreditei nelas, mas tudo que vi e vejo até hoje não relaciona-se com esta afirmação/promessa que eu acreditei na infância. As pessoas estudam para ganhar medalhas, reconhecimento e retorno financeiro, talvez em ultima estancia elas pensam no conhecimento como arma de mudança global. Tudo que vejo na realidade, são pessoas que usam do pouco conhecimento e da inteligencia que possuem para tirar vantagem sobre outros, para diferenciar-se da "massa ignorante", assim intitulada por eles mesmos e, para se sobressaírem dos demais pelos títulos acadêmicos que adquirem. "Vocês precisam ser as crianças que mudarão o mundo e vão precisar de conhecimento para isso." dizia minha professora. (Cuidado com o que dizem as crianças, elas sempre acreditam no que  falamos sobre o destino delas). Assim, eu cresci convicta  de que a finalidade do conhecimento era a mudança: a mudança individual, moral, social e por consequência global.
                                 Sempre imaginei que preencher-se de conhecimento é objetivo dos ansiosos por mudanças, dos que querem melhorar a realidade dos menos favorecidos e desassistidos por causa do sistema capitalista e da desumanidade da sociedade, mas não é. Ter conhecimento atualmente é mais uma forma de ascender, é mais uma maneira de distinção social, como os que dizem: "eu não sou rico, mas tenho conhecimento." E para quê? O que fazemos com  essa carga de informação ? Fazemos postagens nas redes sociais, opinamos e debatemos ferozmente sobre assuntos diversos. Eu quero mudanças, eu quero ações, não temos conhecimento sobre tudo ? Pois que tudo e todos sejam beneficiados por ele. Que a nossa defesa não seja pela nossa ideologia racional sempre embasada por um discurso teórico apoiado por leituras limitadas que fazemos sobre um assunto, mas pela humanização. Ou seja, que nosso conhecimento vire um movimento externo e gere mudanças globais,deixando de ser um conhecimento que só vira conflito de opiniões externas e só gera mais discussões, onde ninguém se entende e nem chega a lugar nenhum.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Ensaios sobre o futuro.

            Qualquer ser humano que for um pouco observador está vendo como anda o nosso tempo, nossa sociedade, nossa vida e nossa realidade. Desde que nos tornamos homens urbanos, viemos lutando por evolução. Queríamos evoluir em todos os aspectos da vida: econômico, cultural, social,  intelectual, religioso e físico (aparência). E claro, como somos providos de inteligencia e capacidade de criar objetos/leis para atender nossa necessidade de evoluir, inventamos meios de conseguir suprir os já citados acima.
          Para evoluirmos economicamente, inventamos o capitalismo, um sistema econômico que movimenta tudo e todos pelo capital, onde tudo que se quer ter (comprar) ou tudo que precisamos de fato ter (sobreviver) só nos será "dado" se tivermos em mãos outro invento nosso (o mais sagrado dos inventos atualmente), o dinheiro, ou seja, se tivermos este, tudo que pretendermos possuir estará ao nosso alcance. Perfeito não? Não, o fato é que este capitalismo não foi criado em conjunto-coletivamente como um sistema que atendesse a todos igualmente, ele foi criado por uma minoria ansiosa em possuir riquezas e nem um pouco preocupada no bem-estar coletivo. É certo que a sociedade ao perceber as verdadeiras intenções dos capitalistas, tentou lutar contra, tentou se opor, mas a minoria já era forte o bastante para contê-los, a contaminação do capital foi rápida  e a forma de contagio foi a cultura.
               A cultura em si, não se pode definir ao todo como invenção humana pois, ela é inerente ao homem e ao mesmo tempo é exterior a ele. E porque a cultura foi o meio contagiante do capitalismo? Porque quer queira ou não, é a cultura que molda os valores, que define os padrões e que faz o homem agir de acordo com o seu tempo cultural de uma maneira ou de outra. Assim, quando resolveram inventar o capitalismo, veio com ele também, valores e padrões capitalistas que moldaram o homem a agir como tal. Dai, para continuarmos a evoluir, produzimos mais cultura...cultura capitalista, transformando a nós mesmos. E quando  alguns caíram em si, do mal que nos fazíamos, era um pouco tarde. A sociedade já se corrompera.
             A sociedade estava caminhando para evolução, junto com a economia e a cultura. Mas, alguns aspectos sociais foram dando errado (de maneira que já não podíamos mais defini-la totalmente como evoluída): a violência  a guerra e a concorrência antes vista somente por causa de conquistas territoriais ou afins, tornou-se cotidiana, as pessoas sociais já não se entendiam, viviam correndo atrás de dinheiro, brigando ou matando por ele, a ideologia do "cada um por si" estava petrificada e fortalecida na mente e na vida da sociedade e quase ninguém mais era solidário ou prestativo, a sociedade se fazia individual, deixava de ser uma comunidade coletiva e tornava-se individualista. Tanto que as pessoas que a compunham, referiam-se a sociedade não mais em 1ª pessoa do plural, mas como algo diferente, exterior a nós, tratávamos-na em 3ª pessoa do singular. 
              Foi ai que evoluímos intelectualmente, aliais, alguns intelectuais evoluíram e  começaram a trabalhar para tentar abrir os olhos das pessoas, para tentar conduzi-las ao verdadeiro progresso: a igualdade entre os povos. Porem, a economia esmagadora, a cultura do consumo e a sociedade individualista já não deixava as pessoas enxergarem. Parece até que estava feliz com os resultados que obtivera: a miséria, a fome, a violência, o egoismo e  a desumanidade. Entretanto, a religião(não especifica ) continua a lembrar os valores espirituais dos homens, mas as pessoas já não querem mais ouvi-la, julgam-na como uma manipuladora de mentes e reclamam por liberdade de pensamento. 
             A religião evolui, deixa de ser produtora de ideologias, mas as pessoas não são libertas, nasce outro poder que as controlam até mais, sem eles nem se quer perceber, sem poder questionar como fizeram com a religião: nasce a mídia. E sabe o porquê das pessoas não a questionarem ? Porque a mídia une-se a cultura e a economia e promove um espetáculo de sensacionalismos e felicidade social, a mídia copia o retrato da sociedade, ela copia as nossas vidas, ela nos vê, ela nos observa e depois recopia nossa imagem e nos repassa, mas ela repassa com alterações, com intenções, direcionadas a nos manipular, a nos moldar e a não nos fazer pensar.
             E ai, diante da economia que te dá direitos ilimitados (se você tiver dinheiro),da cultura capitalista, da sociedade individualista, de intelectuais silenciados, da religião sempre questionada e da mídia manipuladora, você tem que se assumir como um humano diferenciado. Você tem que evoluir. Agora é a nossa vez de evoluir, precisaremos nos vestir melhor, ter um corpo sempre jovial, ter aparelhos eletrônicos, ter automóveis  andar em "festas chics", ter dinheiro no bolso, ter a melhor casa. Ter...ter...ter...ter. Você precisa ter, esbanjar tudo isso. Para quê? Para ser o diferente, o individuo social da atualidade, o bem-sucedido, engraçado é ver as pessoas viverem em prol dessa vida de aparências  estabelecida pelo meio contagioso da cultura que vem do capitalismo, impulsionado pela mídia que tenta te individualizar a ser o cara que tem (único), mas elas não se dão conta da igualdade física humana de todos.
           Assim, dessa maneira, nós estamos "evoluindo", caminhando sempre para frente, rumando para horizontes jamais vistos ou pensados, o futuro. Resta-nos a pergunta: será que este tal futuro de fato, vai ser melhor que o presente? Ou o que vemos hoje será lembrado amanhã como um tempo em que tivemos a chance de mudar e não mudamos ?


                                                                                                               Por: Angerlânia Barros